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UM SONHO DE GULLIVER NA TERRA DA GIGANTE

Eras, então, como um conjunto de imensas e alvas dunas. E eu, minúsculo, podia rolar sobre elas e sentir o seu calor. Podia mergulhar em sua boca, que sorria, e tocar cada dente de marfim com as mãos. Descia, rolando em câmera lenta, pelo seu pescoço, enquanto sentia seu perfume, o qual punha-me em êxtase, fazendo-me dançar por entre seus seios, excitados, arrepiados, a acariciá-los. E descia, rolando, dançando, como atraído pela trilha que levava até a fonte de  seu umbigo, e nele refrescava meus pés. Depois, de um salto por sobre seu sexo, desci a rolar por entre suas coxas, alvas, quentes, acolhedoras, e de lá passeei por suas pernas, nelas fazendo marcas que o vento apagava, enquanto se arrepiavam. E ao chegar em seus pés, cujos dedos mexiam-se num espasmo, encostei as minhas costas na palma de um deles. Nessa hora, eu era um pouco menor que eles. E podia abraçá-los e por minha cabeça por entre os seus dedos. Brincava com seus tornozelos quando uma música calma, acompanhada do som de água correndo suavemente por entre o leito de um riacho chamou-me à atenção. E lá voltei, ao seu sexo, que era, agora, uma bela queda d’água que se espraiava num pequeno lago. E ali mergulhei de corpo e alma e nadei até as entranhas da cascata, onde o movimento da água se fazia mais intenso e barulhento a cada momento e atingia meu corpo com uma violência arrebatadora. Parecia que estava a me afogar, mas agonizava de um prazer que não me deixava pedir socorro. Até que senti suas mãos, que vieram como duas imensas conchas e, ao invés de me salvarem – e adivinhavam que eu não era queria ser salvo –, me conduziram ainda mais para dentro, para o centro da cascata viva, da gruta envolvente, quente, coberta por uma cortina de fogo, que ardia sem me queimar. Não sei quanto tempo ali fiquei. Um segundo, talvez, uma eternidade, com certeza. Até que não vi mais nada. Tudo se apagou….

Acordei, não sei quanto tempo depois, com a luz do sol batendo em meu rosto, deitado na prainha daquele belo lago, que agora sereno, também parecia dormir. E ali permaneci, com sua mão gigante, adormecida e calma sobre mim, até que veio a realidade e me levou de volta à minha viagem pelas terras distantes.

Poemas sem data.

(In: Eu monologo, tu apenas escutas, nós, nus, dialogamos: a conjugação criptografada dos sentimentos proibidos!)